Soneto XV, de Camoes

Busque Amor novas artes, novo engenho
para matar-me, e novas esquivanças,
que não pode tirar-me as esperanças
que mal me tirarão o que não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
vede que perigosas seguranças!
que não temo contrastes, nem mudanças
andando bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor un mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n’alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

Feliz día de Portugal.

Para Célia.

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